Já não sei
Se fecho os olhos
Pelos desenhos desconexos
Da fumaça do teu cigarro
Pela embriaguez
Do teu copo sempre cheio de cerveja
Ou se pelo toque quente e leve
Das suas mãos deslizando pelos meus cabelos
Eu não sei pra quem escrevi esse poema.
Renata Martins
(Escrito em 22.10.08)
- Confusão amorosa, ou não.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Sala de embarque
"Há mais solidão no aeroporto
Que num quarto de hotel barato."
(Zeca Baleiro)
Quando a gente quer escrever
Assim, só por escrever
As palavras não saem da caneta
A gente quer só que o tempo passe
Que a cabeça esqueça
Que a caneta escreva
A gente pede pro olho fechar
Pro coração se aquietar
Pra lágrima voltar
Mas tem sempre um pensamento fixo [aquele]
Uma palavra que não faz sentido
Um verso que não quer encaixar
Tem uma hora que a gente se rende
[depois se arrepende]
E escreve qualquer coisa que se invente
Arre! Não há sossego no aeroporto.
Renata Martins
(Escrito em 25.08)
- Avião sem asa.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Sobre [minhas] palavras mudas
Você é a palmeira,
você é o grito que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.
(Carlos Drummond de Andrade)
E dessa vez eu escrevo
Pra tentar gritar pra você
Todas as palavras que eu engulo
Ou escondo dentro dos meus sorrisos
Elas não saem
(Não porque não queiram)
Elas só não acontecem
Porque não sabem falar
Precisam que eu pare
E as escreva
Pra que possam, finalmente,
Contar o que se passa dentro de mim
Eu tenho medo.
Renata Martins
(Escrito em 14.08.08)
- Faltam 10 dias.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Dicionário
Arre!
Onde é que as minhas palavras se escondem?
Parece que ficam todas embaralhadas
Falando ao mesmo tempo
Dentro da minha cabeça
Ainda não aprenderam
Mas a minha parte é perguntar
E a delas, responder
Nunca gostaram da minha caneta
Ao simples toque no papel
Elas se calam
E figem simplesmente não existir
Não importa quantas coisas eu queira dizer
Quantas perguntas eu queira fazer
Elas não estão ali
Aparecessem elas por aqui
Esse poema tinha fim
[dilema]
Renata Martins
(Escrito em 06.08.08 - Madrugada, alta madrugada)
- Sopa de letrinhas... histéricas.
Onde é que as minhas palavras se escondem?
Parece que ficam todas embaralhadas
Falando ao mesmo tempo
Dentro da minha cabeça
Ainda não aprenderam
Mas a minha parte é perguntar
E a delas, responder
Nunca gostaram da minha caneta
Ao simples toque no papel
Elas se calam
E figem simplesmente não existir
Não importa quantas coisas eu queira dizer
Quantas perguntas eu queira fazer
Elas não estão ali
Aparecessem elas por aqui
Esse poema tinha fim
[dilema]
Renata Martins
(Escrito em 06.08.08 - Madrugada, alta madrugada)
- Sopa de letrinhas... histéricas.
domingo, 3 de agosto de 2008
Ufologia
"E eu digo calma, alma minha. Calminha.
Você tem muito o que aprender."
(Zeca Baleiro)
(Em voz baixa)
E era esse o poema
Que não queria ser escrito
Gostava de ficar guardado
Se julgando especial
Talvez ele soubesse que era importante
Ou que as palavras ali escritas
Tinham sido escritas e apagadas
Uma centena de vezes
Era um poema distante
Que não dizia o que devia
Nem deixava claro
O que [eu] queria
Talvez ele já soubesse
[Antes de mim]
O porque de ser escrito
(Esse é o perigo dos poemas)
Talvez quisesse falar de sensações
Que a caneta não quer escrever
Era um poema sobre a falta de palavras
(sobre você)
Renata Martins
- Pronto. Promessa cumprida. Feliz aniversário.
domingo, 27 de julho de 2008
Silêncio que é
Gritar não faz sentido
Se é grito calado
Oprimido e apertado
Pelo nó na garganta
É só palavra alta
Cuspida, sem peso ou importânica
É vontade que não se percebe
É poema que não acontece
Meu grito é abafado
Tem um "quê" de sufoco, asfixia
Sobe até encher a boca
E volta, me deixando vazia
Renata Martins
(Escrito em 23.03.08 - Era páscoa.)
Se é grito calado
Oprimido e apertado
Pelo nó na garganta
É só palavra alta
Cuspida, sem peso ou importânica
É vontade que não se percebe
É poema que não acontece
Meu grito é abafado
Tem um "quê" de sufoco, asfixia
Sobe até encher a boca
E volta, me deixando vazia
Renata Martins
(Escrito em 23.03.08 - Era páscoa.)
quarta-feira, 23 de julho de 2008
[Correr mundo]
"Mas eis que chega a Roda Viva
E carrega o destino pra lá."
(Chico Buarque)
É agora o tempo de escolhas
Tempo de mudar de casa
De ares e de cheiros
Mudar as sensações
Mudar as cores, as caras, os caminhos
Mudar as paisagens e a rotina
Mudar a saudade
Estar perto de quem sempre esteve longe
E aprender a conviver com a distâcia de quem sempre esteve próximo
É hora de mudar de preocupações
Mudar de apoios e bengalas
Mudar de madrugadas
É hora de não deixar o amor mudar
Mesmo que mudem as coisas dentro de mim
Renata Martins
(Escrito em 17.02.08)
- Eu já fui.
Os olhos [dele] de ressaca
Às vezes te olho fundo
Pra ver se consigo
Olhar dentro de você
E descobrir quais são as palavras que você não me diz
Mas eu me perco
Nos teus olhos cor de mar
Não são mar só na cor
São também na imensidão
E na calmaria agitada que me causam
Me fazem perder horas procurando pelo fim
Que, no fim, não existe
Eles chegam dentro de mim
Quando, na verdade, é seu fundo
Que eu quero descobrir
Renata Martins
(Escrito em 19.12.07)
- O dono dos olhos, continua me olhando. Hoje eu tbm consigo ver.
Pra ver se consigo
Olhar dentro de você
E descobrir quais são as palavras que você não me diz
Mas eu me perco
Nos teus olhos cor de mar
Não são mar só na cor
São também na imensidão
E na calmaria agitada que me causam
Me fazem perder horas procurando pelo fim
Que, no fim, não existe
Eles chegam dentro de mim
Quando, na verdade, é seu fundo
Que eu quero descobrir
Renata Martins
(Escrito em 19.12.07)
- O dono dos olhos, continua me olhando. Hoje eu tbm consigo ver.
Dueto
Pode ser só o silêncio
E a companhia que faz sorrir
São os olhos que me enxergam
Que verdadeiramente conseguem ver
Pode ser só o abraço
Que apaga a falta
Que afasta a distância
Que, mesmo quando faz chorar, afaga
Pode ser só o cafuné
E o tom das palavras que ele diz
as palavras que ele não precisa nem dizer
O gesto que consola mesmo sendo mudo
Pode ser só você
Quando está só comigo
Ou pode ser só que eu sou
Quando sou com você
Renata Martins
(Escrito em 23.07.08 - Madrugada, casa do Fê, enquanto ele cochilava.)
-Fê, eu te amo.
E a companhia que faz sorrir
São os olhos que me enxergam
Que verdadeiramente conseguem ver
Pode ser só o abraço
Que apaga a falta
Que afasta a distância
Que, mesmo quando faz chorar, afaga
Pode ser só o cafuné
E o tom das palavras que ele diz
as palavras que ele não precisa nem dizer
O gesto que consola mesmo sendo mudo
Pode ser só você
Quando está só comigo
Ou pode ser só que eu sou
Quando sou com você
Renata Martins
(Escrito em 23.07.08 - Madrugada, casa do Fê, enquanto ele cochilava.)
-Fê, eu te amo.
domingo, 20 de julho de 2008
Insônia
Tentei dormir abraçada com a minha poesia
Pra sonhar com os versos
Que eu ponho no papel
Tentei, tentei
E a poesia não deixou
Resolvi virar de lado
Ela não me abraçou
Fingi cair no sono
Ela me ignorou
Levantei, fui escrever
A poesia me escapou
Não queria ser escrita
Não colaborou
Voltei pra cama
Não sonhei com você
Poesia não dorme de conchinha
Renata Martins
(Escrito em 20.07.08 - agorinha)
- O dia, às vezes, tem preguiça de nascer.
Pra sonhar com os versos
Que eu ponho no papel
Tentei, tentei
E a poesia não deixou
Resolvi virar de lado
Ela não me abraçou
Fingi cair no sono
Ela me ignorou
Levantei, fui escrever
A poesia me escapou
Não queria ser escrita
Não colaborou
Voltei pra cama
Não sonhei com você
Poesia não dorme de conchinha
Renata Martins
(Escrito em 20.07.08 - agorinha)
- O dia, às vezes, tem preguiça de nascer.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Nunca
Sempre gostei de me isolar
Na solidão de um verso livre
Sempre achei bonito quem falasse de amor
Mesmo sem nunca descobrir como se faz
Sempre fui melhor com os finais imaginados
Com as rimas que se explicam
Com as dores escritas
Com os poetas que não fingem sentir
(Doía neles, não em mim)
Sempre preferi histórias de mentira
Com tristezas de mentira
E lágrimas que não escorrem
(Nunca vi graça nas minhas próprias)
Sempre foi mais fácil ter pena que ter coragem
Ser legal que ser sincera
Sempre fui melhor em sonhar que realizar
Era tudo mais bonito quando eu lia
Mas não escrevia
Renata Martins
(Escrito na madrugada de 15.07.08)
- Os livros estão na prateleira.
Na solidão de um verso livre
Sempre achei bonito quem falasse de amor
Mesmo sem nunca descobrir como se faz
Sempre fui melhor com os finais imaginados
Com as rimas que se explicam
Com as dores escritas
Com os poetas que não fingem sentir
(Doía neles, não em mim)
Sempre preferi histórias de mentira
Com tristezas de mentira
E lágrimas que não escorrem
(Nunca vi graça nas minhas próprias)
Sempre foi mais fácil ter pena que ter coragem
Ser legal que ser sincera
Sempre fui melhor em sonhar que realizar
Era tudo mais bonito quando eu lia
Mas não escrevia
Renata Martins
(Escrito na madrugada de 15.07.08)
- Os livros estão na prateleira.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Que fizeram pra mim.
Era um labirinto.
Correu.
Progrediu em miniatura
Fugiu
Sorriu para as câmeras
Brilhou no céu
Ninguém viu
Estrelas explodindo, horizonte em miniatura
Palco
O sonho em pirâmide
Onde se esconde o fauno?
Saudade
Amanhã
Beijo
Fugiu
Era um labirinto...
Wesley Costa
(Escrito em 14.07.08)
- Eram pra ser só as minhas palavras, mas as bonitas são sempre válidas.
Correu.
Progrediu em miniatura
Fugiu
Sorriu para as câmeras
Brilhou no céu
Ninguém viu
Estrelas explodindo, horizonte em miniatura
Palco
O sonho em pirâmide
Onde se esconde o fauno?
Saudade
Amanhã
Beijo
Fugiu
Era um labirinto...
Wesley Costa
(Escrito em 14.07.08)
- Eram pra ser só as minhas palavras, mas as bonitas são sempre válidas.
domingo, 13 de julho de 2008
Glossário
Você prosa, eu poesia
Você calma, eu histeria
Você compasso, eu disritmia
Eu letra, você melodia
Eu drama, você aventura
Eu tom, você textura
Eu sonho, você loucura
Você nota, eu partitura
Você distância, eu solidão
Você razão, eu emoção
Você clareza, eu confusão
Eu inverno, você verão
Eu beijo, você mordida
Eu entrada, você saída
Eu intensa, você rotina
Você ladeira, eu preguiça
... descida.
Renata Martins
(Escrito em 12.10.07)
- Dos tempos que eu ainda era aqui.
Você calma, eu histeria
Você compasso, eu disritmia
Eu letra, você melodia
Eu drama, você aventura
Eu tom, você textura
Eu sonho, você loucura
Você nota, eu partitura
Você distância, eu solidão
Você razão, eu emoção
Você clareza, eu confusão
Eu inverno, você verão
Eu beijo, você mordida
Eu entrada, você saída
Eu intensa, você rotina
Você ladeira, eu preguiça
... descida.
Renata Martins
(Escrito em 12.10.07)
- Dos tempos que eu ainda era aqui.
sábado, 12 de julho de 2008
Que enrola
Sensação estranha e colorida
Essa de deslizar os meus dedos pelos teus cabelos
E é exatamente nas ondas deles
Que eu quero me perder
Nesse universo paralelo
De voltas e voltas
Nesse caminho sinuoso
Que instiga e confunde
Eu te quero pelas entradas e saídas
Pelas palavras desconexas e risadas
Pelas nossas madrugadas geladas
Pela estátua de pedra que espia
Te quero pelas viagens, distância e saudade.
Renata Martins
(Escrito em 28.10.07)
- Que era longe e agora é perto.
Essa de deslizar os meus dedos pelos teus cabelos
E é exatamente nas ondas deles
Que eu quero me perder
Nesse universo paralelo
De voltas e voltas
Nesse caminho sinuoso
Que instiga e confunde
Eu te quero pelas entradas e saídas
Pelas palavras desconexas e risadas
Pelas nossas madrugadas geladas
Pela estátua de pedra que espia
Te quero pelas viagens, distância e saudade.
Renata Martins
(Escrito em 28.10.07)
- Que era longe e agora é perto.
Vácuo
Escrever não faz sentido
Se não há nome para o que eu tenho a dizer
Se essa ânsia de dizer é vã
Se esse espaço não comporta o infinito
De nada me adiantam essas palavras
Sem sentido, sem peso, sem verdade
Me importa o que não tem nome
O indizível, o inexplicável
O que se diz na pele, no cheiro
Eu quero traduzir o coração aos pulos
A escola de samba muda dentro do meu peito
O breve minuto eterno de silêncio
Eu quero cantar o que eu não vejo
E nomear os teus beijos roubados
Os nossos encontros marcados
O meu sussurro gritado
Quero um nome que me traduza você.
Renata Martins
(Escrito em 16.06.07)
- Os amores mudam.
Se não há nome para o que eu tenho a dizer
Se essa ânsia de dizer é vã
Se esse espaço não comporta o infinito
De nada me adiantam essas palavras
Sem sentido, sem peso, sem verdade
Me importa o que não tem nome
O indizível, o inexplicável
O que se diz na pele, no cheiro
Eu quero traduzir o coração aos pulos
A escola de samba muda dentro do meu peito
O breve minuto eterno de silêncio
Eu quero cantar o que eu não vejo
E nomear os teus beijos roubados
Os nossos encontros marcados
O meu sussurro gritado
Quero um nome que me traduza você.
Renata Martins
(Escrito em 16.06.07)
- Os amores mudam.
Sobre a falta que a minha mãe me faz
Sem você aqui
Eu tenho medo do escuro
Sem você aqui
O escuro sou eu
Renata Martins
(Escrito em 01.05.08)
Eu tenho medo do escuro
Sem você aqui
O escuro sou eu
Renata Martins
(Escrito em 01.05.08)
50%
De lá, a correria
O mundo em uma hora
De cá, a calmaria
A vida que demora
De lá, selva de pedra
Fissura
De cá, pedra polida
Escultura
De lá, o modernismo
O motor rouco
De cá, um dedo de prosa
O Barroco
De cá, pela metade.
De lá?
Saudade.
Eu sou o vão, o meio, o buraco.
Renata Martins
(Escrito em 08.04.08)
- Domingo eu chego aí.
O mundo em uma hora
De cá, a calmaria
A vida que demora
De lá, selva de pedra
Fissura
De cá, pedra polida
Escultura
De lá, o modernismo
O motor rouco
De cá, um dedo de prosa
O Barroco
De cá, pela metade.
De lá?
Saudade.
Eu sou o vão, o meio, o buraco.
Renata Martins
(Escrito em 08.04.08)
- Domingo eu chego aí.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Sobre o meu primeiro post.
"No dia em que eu fui embora
Eu me virei pra te olhar
Na esperança de te ver
Se virando pra me olhar também"
Renata Martins
(Escrito em 04.07.08)
- É, antes essas palavras ficavam trancadas num caderno de folhas brancas.
Eu me virei pra te olhar
Na esperança de te ver
Se virando pra me olhar também"
Renata Martins
(Escrito em 04.07.08)
- É, antes essas palavras ficavam trancadas num caderno de folhas brancas.
Assinar:
Postagens (Atom)