segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A melancolia existe, mas não merece ser cultivada... as férias já estão aqui.
Lendo as linhas do meu último aniversário, eu sorri. As que eu tenho pra escrever hoje são mais sorridentes, sem dúvida a melancolia presente na passagem dos dezenove para os vinte não conseguiu durar até que os vinte e um chegassem.
As faltas existem, ainda são pesadas, cheias de algum tipo de soluço, mas a presença física esse ano não é tão urgente, tão enorme é a presença deles dentro de mim.
Os novos rostos vieram, finalmente chegaram... me tiraram sorrisos tímidos no ínicio, mas a cada dia tento me permitir ser mais perto deles, deixar que vejam os meus motivos, os meus medos (qualquer um, desses muitos) escondidos por trás das graças e sorrisos fáceis.
O inferno astral passou e, pela primeira vez, trouxe lágrimas necessárias, que antecediam grandes felicidades. Um inferno astral de novidade.
Os que saíram da minha vida, continuam com seus lugares vagos, mas a minha vida conseguiu ser maior que as suas ausências. Eu não preciso mais lutar o tempo todo contra a falta.
Não é mais dor, é passado.
O teatro mudou de cara, de ares, mas não muda dentro de mim. Um emaranhado de fitas coloridas, sem começo nem fim... e é lindo, sempre foi lindo.

As certezas cresceram tanto quanto as perguntas. Aqueles planos deram certo... e o que ainda deixa sede, o destino que dê um jeito.


Passou mais um.



(28.11.10)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Onde foi que a gente se perdeu? Em qual parte da história eu deixei de fazer parte da sua loucura? Você deixou de fazer parte da minha?
E ficou em mim uma vontade besta de te ver bem, mesmo que pelas costas. Uma vontade besta, tão completamente besta... só de ouvir uma ou outra novidade sem sentido.
Qual foi a parte que a gente fez errado? Aliás, a gente fez alguma coisa errada?
De repente os teus ares mudaram, simplesmente não chegam mais até aqui. No começo era de um vazio tão ruim, um vazio-cheio, desses que acabam sufocando a gente, se a gente não muda de lugar. Foi aí que eu mudei.
A gente não se cruza na rua, a gente não bebe cerveja, a gente não se sabe mais. E eu fui me acostumando a me acostumar com a sua falta que, hoje, nem falta faz.
Longe de você eu continuei escrevendo as minhas linhas adolescentes, linhas e mais linhas de meninice, de erros que se repetem, de sensações que se calam. Eu continuei a escrever, mas eu continuei sentindo?
Aquela semana passou, o mês passou, o ano vai acabar.
Em 2011 a gente ia ter 'futuro pra vida', lembra? A gente só não sabia que a vida ia se encaminhar de separar tanto um futuro do outro.
Eu não quero mais fechar os olhos, eu não olho mais pra trás. Eu vou.

A gente não foi. A gente não foi capaz.



(Talvez fosse setembro, talvez fosse outubro...)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vênus na casa 11

Entre os dias 17/08 (Hoje) e 22/12, o planeta Vênus estará passando pela Casa 11 do seu mapa de nascimento, Renata, favorecendo particularmente as suas relações de amizade e as suas convivências grupais.
É uma fase de melhoria no que diz respeito ao entendimento entre as partes. Você terá uma importância maior entre seus amigos neste momento, terá mais requisições para aparecer, e sentirá que as pessoas lhe querem mais. É bastante provável, inclusive, que você se veja em situações em que precise tomar atitudes a fim de harmonizar e equilibrar dificuldades na vida de seus amigos.

Este é um bom momento para atividades culturais: teatro, cinema, e o melhor, tudo em grupo, com bons amigos. O perigo, para esta fase, é que muitas vezes o nível de afetividade entre amigos aumenta tanto que corre o risco de alguma relação do estilo platônico se instalar em sua vida, com você se interessando por uma pessoa que é apenas amiga, ou vice-versa. Convém saber separar as coisas e observar direito para avaliar direito o que tem e o que não tem a ver.

Neste momento, as amizades com mulheres estão mais favorecidas, Renata, assim como a amizade com pessoas ligadas ao meio artístico.


- Horoscopo personalizado?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Um ciúme tão borbulhante quanto sal de frutas sabor guaraná, eu te digerindo de estômago vazio.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sentada, quase como se não estivesse ali, olhava desatenta para o grupo que se movimentava e emitia ruídos conforme a indicação do senhor com o tamborzinho na mão.
Nem sabia direito o que estava pensando, tantas eram as coisas que lhe tinham entrado na cabeça. O grupo se movia em câmera lenta (1% de movimento havia sido a última indicação), e lhe parecia que quanto menos eles se moviam, mais vertiginosos pareciam.
Dois pares de olhos não lhe saíam da cabeça. É bonito quando uma coisa fixa começa a mudar, como se sempre tivesse havido algo como uma borboleta por baixo de uma carapaça. Como se fosse quase natural, quase óbvio, quase fácil. Um quase fácil que até ali tinha lhe parecido muito dificil.
Era como se se acostumasse com outra fôrma, outro jeito de ser tocada.
Não sabia falar de olhos verdes, tanto tempo havia passado cultuando um par de olhos escuros. (Quanta diferença pode caber em dois olhos verdes?)
Desconcentrou-se com o coro que ria na frente da sala, tentando contagiar-se. Riu junto com eles até que tudo perdesse o sentido e a graça estivesse só na graça do próprio riso.


Era tudo hoje sensação de frescor, como se fosse tudo começar de novo.

sábado, 3 de abril de 2010

Uma chuva sem porque caía do lado de fora da janela do quarto, vento pra fazer árvore dançar, comemorando.
Ela só olhava, sem sede, sem dança. Acredito que talvez nem visse a chuva que caía pesada na sua frente, tão longe tinha ido com os olhos abertos. Queria respostas rápidas, quase imediatas, dessas que ela sabia que não viriam.Uma sensação quase permanente de lugar vazio, dentro. E era vazio, mas não doía. Tinha tentado prenchê-lo com fumaças, cervejas, chocolates típicos da época. A presença da ausência dele gritando dentro dela. Ficava se perguntando como é que alguém podia ter morado tanto tempo dentro dela, confortável, e sair assim... batendo a porta e não deixando nem um bilhete avisando quando voltava. Voltar? Mas a luta não era exatamente pra fazê-lo sair?

domingo, 28 de março de 2010

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O cheiro do abraço dele ainda estava ali, mesmo depois da despedida, da porta fechada, do cigarro aceso.
Não doía, não atormentava... era sereno, como voz de criança com sono.
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Renata Martins

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Acho que é sempre assim, não?
Uma paz, um sossego, aí, de repente, de novo você.

domingo, 29 de novembro de 2009

Expectativas existem para serem frustradas, concluiu em silêncio a moça de vestido colorido e flor na cabeça. Fechava os olhos, ainda pesados da noite anterior, tentando entender a lógica burra dessa vida em comunidade. A lógica estranha e burra de todas as coisas que passam.

Açúcar, pensou, açúcar seria bom.