sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eram todos os dias iguais. Cheios de sol, tempestades e falta de vontades. Eram dias seguidos de noites, sempre. Nunca um céu de lua cheia.
O tempo guardado dentro do relógio pendurado na parede, a felicidade das cores resumida num esmalte para as unhas.
O mesmo sempre, sempre.
Na lembrança, a menina. Assim fazendo pose pro retrato de ficar na parede. Numa falta de preocupação, como se o futuro fosse certo e o tempo passasse como devia ser. Nunca um medo maior, nunca uma preocupação com o sempre.

E hoje tinham lhe dito que, por alguma razão, era dia de ser dia diferente.
Era dia de abrir a janela, de deixar que lhe dissessem que o futuro seria bom, de receber abraços guardados pra dias como esses. Era hoje um dia de ver o tempo caminhar. De ver os ponteiros do relógio correndo em círculos, sem chegar nunca em lugar nenhum.

Dormia sempre que algo dava errado. Pedindo pra que o mundo corresse pra um lugar melhor. Pedindo pra que tudo fosse diferente na hora de abrir os olhos.

Talvez alguém tenha lhe ouvido, quando acordasse, hoje, duas décadas teriam passado.

Um comentário:

Piva, Ricelli. disse...

Pra retribuir o agradável bilhete do ano passado:

Feliz DUAS DÉCADAS (isso soa pesado não? ou de fato sou muito neurótico?).


Eu te amo.
Beijos em você.