Uma chuva sem porque caía do lado de fora da janela do quarto, vento pra fazer árvore dançar, comemorando.
Ela só olhava, sem sede, sem dança. Acredito que talvez nem visse a chuva que caía pesada na sua frente, tão longe tinha ido com os olhos abertos. Queria respostas rápidas, quase imediatas, dessas que ela sabia que não viriam.Uma sensação quase permanente de lugar vazio, dentro. E era vazio, mas não doía. Tinha tentado prenchê-lo com fumaças, cervejas, chocolates típicos da época. A presença da ausência dele gritando dentro dela. Ficava se perguntando como é que alguém podia ter morado tanto tempo dentro dela, confortável, e sair assim... batendo a porta e não deixando nem um bilhete avisando quando voltava. Voltar? Mas a luta não era exatamente pra fazê-lo sair?
sábado, 3 de abril de 2010
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